quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Os filhos da duvida

Nascidos em lares despedaçados pela separação ou ausência, os rebentos da duvida imaginaram um mundo sem dualidades, sem diferenças superficiais, afinal somos todos iguais por sermos humanos. Sangue, carne e ossos, feitos dos mesmos elementos e diferentes somente em nossos pensamentos e ideologias.
Não somos monstros sem índole, desprovidos de valores e orientação moral, muito pelo contrario valorizamos a vida mais do que a maioria, pois acreditamos que essa será nossa única. Nossos corações se enchem de paixão ao imaginar que o mundo é aleatório, que as certezas não passam de mentiras bem elaboradas e que as possibilidades direcionam nossos sonhos.
Livros absolutos não fazem parte de nossas vidas, nada é absoluto, tudo é questionável, até mesmo crenças no sagrado e divino senhor das verdades absurdas. O conhecimento é a variável mais pessoal que existe, não pode estar contido em uma única leitura, é por essa razão que os livros sagrados e as crenças em palavras divinas despertam tanta ignorância.
Os homens intolerantes e de vontade fraca encontram em suas diferenças motivos para justificar suas ações, enquanto as crias da duvida encaram as diferenças com curiosidade e prazer.
Quando questionados, os homens de fé defendem-se com palavras antigas de algum dos livros sagrados, escritos por pessoas perturbadas de um período violento e distante, ao contrario dos homens movidos pela razão das lógicas variáveis, eles podem e irão questionar todas as motivações envolvidas na defesa de suas opiniões.
Emoções autênticas habitam as vidas desses jovens brilhantes (ou não), eles não precisam saber o que lhes espera após a morte, pois viver sem certezas foi emocionante, extraordinário e mais interessante do que qualquer religião baseada em alguma escritura enigmática dos homens antigos.
Amamos primeiro nossas paixões, depois nossos amigos e família. Protegemos o próximo mesmo sem sermos obrigados, nosso senso de dever para com a vida é mais forte, pois o pós vida é somente uma desculpa fantasiosa para continuarmos persistindo em nossas mesquinharias.
Nada é superior. As possibilidades dos acontecimentos fascinam, e simples coincidências não devem ser legadas às criaturas do imaginário, mas sim aos indivíduos que atuam no decorrer das metas de um objetivo que podem ser tanto coletivas, quanto pessoais.
Estamos duvidando até mesmo de nós mesmos, podemos errar e reconhecer, afirmamos e somos corrigidos, negamos para depois ponderar...
Os filhos da duvida nem sempre se entregam aos poderosos senhores da roda rotineira, nem sempre aceitamos um destino, e sem nenhuma exatidão somos seduzidos pelos pregadores da intolerância.
Verdades secretas e mentiras publicas para todos que quiserem acreditar!
Na liberdade e no respeito eu quase confio. Duvido de minhas convicções intimas sem perturbar próximo...

“Um texto dedicado a todos os amigos que consideram as possibilidades infinitas de compreender que nada muda sem o desejo e o sonho de nunca ser esquecido, e esse sim é o descanso final..."

3 comentários:

the author disse...

ae, qual a pala de ficar escrevendo auto-ajuda auto-engrandecedora? meu meu meu meu, olha eu olha eu olha eu. coeh marcelleza, escreve alguma coisa que as pessoas nao saibam

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Concordo em parte com seu colega, Marcelo.

Mas por outro lado,me questiono: Que mal tem em relembrar o que sabemos ?

Por que nossos tempos são tão arrogantes em buscar compulsivamente o novo,o pós, o neo, o hype, a vanguarda última da estética ou dizer algo nunca dito...por que?

E toda essa busca neurótica sempre baseado na negação arrogante do passado tão mal compreendido....
e se algumas vezes dizemos algo já dito, é porque não aprendemos suficientemente a lição...e prosseguimos por gerações repetindo os mesmos erros...

então não me venham dizer que negação é sinônimo de uma ruptura consistente.é ruptura apenas na casca e não na essência..

ou seja, fazemos novas releituras dos velhos erros ancetrais..enfim

Em outras palavras, vamos vaidosamente em busca do Sublime, sem ao menos ter uma compreensão clara do Óbvio..

that´s all motherfuckers..sou cliche e assumo..mas sempre disposto a melhorar.

Valeu