domingo, 18 de janeiro de 2009

O magnífico impossível

Ele traga seu cigarro e bate a cinza, seu coração dispara de emoção, ele entra no palco e recebe o prêmio de uma celebridade o qual mal conhece, agradece os amigos, os colegas de trabalho e por ultimo a família. Ele pega o trofeu, retira-se do palco procurando os organizadores e coleta o prêmio em dinheiro.
Chegando em casa ouve o grito das crianças dizendo: "a mamãe desmaiou papai"; ele pega a mulher no colo e a leva para o hospital. Será que ela assistiu a premiação? Será que levada pela emoção ela teve uma parada? Pelo visto ela teve um trauma, bateu a cabeça, ele continuava a dizer para si mesmo: "aguenta mulher, já estamos chegando".
É só sacudir uma carteira de convenio sem carências que as pessoas logo começam a se movimentar. Sua mulher havia batido cabeça e logo que os curativos foram feitos, ela foi diretamente levada para os aparelhos de tomografia.
-Olha doutor Miguel sua mulher foi sedada e passa bem, como eu sei que você é neurologista é melhor eu lhe perguntar logo, sua mulher já fez alguma tomografia na vida?
-Não.
-Ela nunca reclamou de dores de cabeça, enxaquecas ou algo parecido?
-Não... Olha doutor corta o falatório e me diz logo, o que é?
-Sua mulher tem um tumor do tamanho de um limão e detalhe no cérebro. Como você nunca notou isso?
Miguel relembra de sua mãe e seu câncer de pancrêas inoperavel, sua vontade de arrancar aquele veneno com suas próprias mão, seus incessantes esforços na faculdade de medicina, seu bem merecido phd e finalmente sua pesquisa que descobriu a coleção de químicos capazes de exterminar o câncer do corpo humano...
Ele larga o Nobel no lixo e corre para seu carro.

2 comentários:

Eduardo Ferreira disse...

C A R A L H O!

the author disse...

isso que da' nao levar a patroa na festinha do nobel. muito foda marcelleza.