sábado, 11 de abril de 2009

Sonhos de um pervertido

Meu prazer é sua agonia, lambendo a ferida até infeccionar, suando o sal mais saboroso de todos, temperado com os fluidos sublimes da criação.
Seus olhos se reviram nas orbitas, a gastura da carne ralada, do ranger dos dentes, do arranhar das unhas no quadro negro, tão negro quanto o futuro de nossos descendentes. Me diga que andas de quatro maldito gado embotado de culpa, veste tua pele com o couro dos predadores mas não passa de gado no fim das contas.
Serve a um propósito não esclarecido sem deixar de morder os lábios ou estourar uma espinha, segue a escola dos libertários fajutos e faz sexo anal sem proteção. Come o coração podre da ovelha branca de extrema direita, se auto mutilando ao arrancar nacos de pele morta com pedaços de carne viva.
Montamos um frigorífico para esquartejar carneiros, cabras e novilhos, o gosto do sangue do açougueiro, as tripas dos animais e a vida dos ruminantes. Os porcos morrem como morrem os homens, guinchando por suas vidas de comilança e sexo com porcas, até que as ultimas gotas de vitae derramado nos prove que não passamos de porcos símios desesperados com a certeza do abate.
Um beijo forte com os lábios cortados, a língua sente o gosto do ferro e engasga com a hemorragia se afogando no próprio sangue escuro e emplastado que apodrecia em minhas veias.
O álcool me faz lembrar que a tristeza é para os momentos de sobriedade, me deixa de fogo enquanto o peito congela ao ver que seus olhos foram arrancados com garfos para salada. Um Martini com pus, um Gin com cascas de ferida, um uísque com gelo de sangue aidético e uma cerveja de urina de gato.
Minha querida comeu muita carne crua, ela quer vomitar em sua privada para depois embrulhar e comer em casa.
No
meu santuário existe a carne e o sangue de um deus de quatro mil anos, no meu santuário existe um palácio dourado com seiscentos e sessenta seis canteiros de rosas vermelhas, no meu santuário uma macieira tem como adubo os cadáveres sangrentos de meus inimigos derrotados.
Minhas asas de abutre pegam fogo, meu churrasco improvisado leva minhas coxas magras, e meu coração amargo, meu cérebro esta recheado com fezes e meus dedos estão vertendo veneno crotalico, hemotoxico e neurotoxico.
Minha querida sentia nojo no inicio, mas ela acabou se acostumando, nós moramos em um lugar quente e sem ventilação, nos refrescamos no plasma coagulado de nossos próprios filhos e matamos a sede tambem. Temos desejos contidos de fuder com outros casais, mas nunca tivemos coragem, eu sou o rei das meias verdades e essa é rainha dos filhos perdidos da calamidade.
Meus desejos foram negados, minha rebeldia é sem causa, meu coração é sábio negro, não vivo nem morro, me casei e me cansei, você e bem vindo em meus sonhos pervertidos, não repare na bagunça por aqui é difícil de organizar as coisas, com o tempo você ira se acostumar.
Me passe o molho estou a temperar minhas costelas, você vai adorar, o sabor é inconfundível e toda vez que eu arranco um pedaço nasce outro, então não se acanhe pegue um lugar sente-se e "bon apetit" meu caro prisioneiro.

Um comentário:

Eduardo Ferreira disse...

definitivamente proibido para menores e pessoas de bom gosto.