quarta-feira, 27 de maio de 2009

Antíntese do Supra-sumo 1ª parte

Imagine um mendigo no seus quarenta, já com cirrose todo cagado e mijado, com roupas tão sujas que o marrom da vestimenta se mistura com a cor da pele, barba mal feita, odores de suor, cachaça e merda seguem essa figura destinada a morrer nos próprios dejetos aos quarenta anos de idade sozinho, sem amigos e sem filhos, uma cova sem nome o espera.
Agora imagine um empresário bem sucedido nos seus quarenta, ele tem problemas estomacais relacionados ao "stress", ele anda com seu terno "Armani" de vinte mil dólares, seus sapatos são "Brooksfield" de couro de carneiro, odores de colónia francesa, whisky e carro novo seguem essa figura destinada a morrer com seus oitenta anos de idade em sua fazenda de trinta mil hectares, rodeado de parentes e amigos. Um canteiro nobre no jardim da esperança o aguarda.
Continuamos a imaginar; mas agora uma bela mulher, ela sempre teve tudo o que queria, a vida era fácil para ela, os homens à desejavam e as mulheres à invejavam. Ela casou-se cedo com um velho empresário estrangeiro, viveu com luxos e mordomias teve os melhores carros, os melhores amantes, as melhores roupas, casas e refeições. Até que veio a velhice e ela descobriu que a beleza não dura para sempre, mesmo com a ajuda da medicina estética tudo aquilo viria abaixo com a ação do tempo, jóias duram para sempre a beleza e o amor não.
Pense naquela menina desleixada, feia que doer, nada caia dos céus ela sempre teve que batalhar para conseguir o que queria, a vida era difícil para ela, os homens à desprezavam e as mulheres se sentiam melhores perto dela. Ela nunca se casou e descobriu com o tempo que não mais se sentia atraída por homens, e sim por mulheres. Ela lutou e conseguiu conquistar uma bela namorada, um carro popular, um apartamento de dois quartos e nos finais de semana conseguia levar a namorada para um restaurante fino e ainda bancava o cinema. Até que veio a velhice e ela descobriu que não fazia muita diferença, ela nunca cuidou demais da aparência, nunca se importou com jóias e enfeites, e sim com seu amor por sua parceira e seu filho adotado.

"Life is a bitch and then you die"

2 comentários:

Eduardo Ferreira disse...

fiquei pensando em alguns empresário morrendo de infarto cedo também. o fim é indigno independendo de quem quer que você seja, a não ser um monge shaolim.

rs

Anônimo disse...

Texto de brilhante lucidez..
Se vc for um pouco esforçado pode virar roteiro de curta-metragem divido em partes e cada uma delas narrando sobre os respectivos destinos...